Noite fria

domingo, 1 de setembro de 2013.
Em uma noite fria qual meu coração, 
Entoava o silêncio uma bela canção, 
Ah, era uma canção lúgubre e divinal. 
Quando a ouvia minha alma gris estremecia, 
Enquanto suspirava tétrica e sombria, 
Ansiando que fosse a eufonia eternal... 
A Lua tristemente pálida e brilhosa 
Dormia entre as estrelas magas, silenciosa, 
E estas fulgiam sobre o céu azul-escuro.
 Como fulgiam na penumbra melancólica! 
Que pintura angélica, porém diabólica! 
Era tudo tão lindo, tão triste, tão puro! 
E deveras chovia mui placidamente... 
Parecia-se que, melancolicamente, 
Anjinhos dum - quiçá - paraíso choravam. 
Sentindo aquelas gotas gélidas, melífluas, 
Morriam-se as tristuras minhas eternífluas, 
Porém, aquelas cousas belas me matavam! 
Matavam-me porque me faziam lembrar 
A lânguida mulher que me fizera amar 
Nas noites merencórias tal como a esperança; 
Uma flor terna que sempre me acompanhara, 
Musa pálida que eu tanto outrora sonhara, 
Mas que hoje morta jaz e é só uma lembrança!

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